domingo, 24 de abril de 2011

Dialética e luta de classes na páscoa.


A dialética e a luta de classes estão presentes até na Páscoa. De um lado o “Pessach hebreu” que simboliza libertação de uma minoria semítica, dominada pela superpotência da época, o Egito. O Pessach, é o exulto da insatisfação de um povo escravizado pelos faraós egípcios, que por intermédio de um êxodo se emancipa. Um povo oprimido, unido, lutando contra a classe hegemônica que o escravizava . Sendo guiados - após o triunfo - “metafisicamente” das trevas até a luz. Até a libertação.

Por outro lado em uma mesma temática, a Páscoa cristã, simboliza a ressurreição de seu mártir, que morreu numa cruz, sendo subversivo até o fim a ordem vigente Romana, (outra superpotência de outro momento histórico, em outro modelo estrutural de sociedade antiga, que anexava, escravizava e oprimia). Como um materialista histórico, não acredito em metaficismos. Como existencialista, não acredito em predestinações.

É curioso notarmos nas semanas santas da contemporaneidade, o quão pouco lembra-se de atos como a cerimônia de “Lava pés”, (quando Cristo lavou os pés dos apóstolos) representando igualdade e solidariedade. Uma imagem conflitante com a que circula no imaginário popular das correntes mais vulgares de protestantismo, como a de “cristo rei dos reis”, ou em outros imaginários sectários oriundos do catolicismo que o veneram como autoridade suprema onisciente.

É terrível notar, como cada vez mais em datas “sacras” como Páscoa e Natal, chafurdamos mais no consumismo dos domingos sagrados e dias santos, fazendo da imagem de Cristo, a imagem brutal do Capital gerador de desigualdades, cada vez olhamos menos para o próximo, cada vez nos tornamos mais individualistas.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Auto-alienação, drogas e masoquismo.


Como no caso das dependências químicas geradas pelas drogas - (ao estimularem nossos neurotransmissores através de descargas dopâminicas)- que causam sensação de prazer e êxtase, a alienação ao produzir satisfação na “auto-idiotização” também vicia seus usuários, dando um passo infausto nos cadafalsos deixados pelas: aflições e tormentos, do quotidiano de qualquer brasileiro.

Engendrando-os propositalmente, nessa ótica consumista “do que há de burro”, e no torpe culto a "tudo que existe de mais imbecil no COSMOS!", Como o observado nos: - BBB's, nas Tele-novelas, em filmes imbecis e sensacionalistas, em toda a publicidade e mídia burguesa!, Isto é: - "Em tudo que oferece ilusões escamoteadoras e fugas das aflições materiais que nos massacram."

Em troca da passividade e colaboração dos telespectadores, os mecanismos existentes para nos adestrar estão dispostos a fazer de tudo. Agem como um "gás-letal da bestialização", assumindo nas vidas de pessoas comuns, um sentido hedonista de importância em se "auto-flagelar mentalmente", agem cooptando multidões como um "falastrão-engraçado", e os resultados nefastos são: - como uma espécie de "masoquismo mental e irremediado". - (Masoquismo é uma tendência ou prática parafílica, pela qual uma pessoa busca prazer ao sentir dor ou imaginar que a sente).

A auto alienação, seria: - “Mais uma tragada no cigarro da ignorância, que vicia, dá prazer e por fim: te mata!

Algo que dialeticamente se faz necessário a manutenção da ordem vigente, pois regula, oferece "conforto ilusório", é de facil assimilação, e tem como único intuito a auto-expropriação do terreno das idéias e da razão”, equipado com uma injeção-letal de "moda e futilidades" para executar a criticidade dos sujeitos a ela.

Me utilizando de 3 citações de 3 autores distintos, cheguei a conclusão: - Que a auto-alienação e as dependências químicas - (causadas pelas drogas do séc XXI) - se auto-completam, tendo a ver e sendo uma dupla face de uma mesma "égide", que tem por função nos vigiar, nos explorar, e nos regular como uma espécie de “Panóptico" presente de forma "emocional , incondicional e branda”, "um tipo de radiação letal que destrói o bom senso aos poucos não podendo ser detectada, causando metástase no senso crítico"...Um mecanismo terminal e sócio-metabólico, que “consome os neurônios” e os esforços de contenção com assombrosa eficiência!...E que vai além dos estruturalismos maniqueístas existentes por aí.


Ambas as drogas -(como o Crack, a Heroína e a Alienação rs) - tornam os viciados completamente lobotomizados, causam dependência pela “troca por mais uma dose”, ambos são “falsas muletas” para os algozes que nos vilipendiam no mundo material, ambas geram passividade e acomodação, e ambas são subprodutos de uma cultura de consumo (aziaga) que busca novos mercados em prol do capitalismo.

Citação I : "Se o homem é alienado dos outros homens e da natureza, então os poderes que lhe pertencem como um “ser universal” não podem, evidentemente, ser exercidos. A universalidade é abstraída do homem e transformada num poder impessoal que o confronta na forma de dinheiro". - (MÉSZÁROS, ISTVÁN. Teoria Da Alienação Em Marx, Pag. 146)

Citação II : “Dentro das visões de ostentação, o conceito de razão, não representa mais que um domínio racional por poder, vaidade e hegemonia sobre a natureza dos homens exteriorizados. O que implica paralelamente num domínio (irracional) sobre o próprio homem, aquele que não é sujeito do que foi privado de perceber: sua condição. Os diferentes fenômenos de barbárie moderna não seriam outra coisa, que não as amostras de tal realidade, e talvez as piores manifestações desta atitude autoritária de domínio sobre outro ser humano.” - (ADORNO, THEODOR W, Dialética do esclarecimento, Pag.34)

Citação III: “A força de um movimento operário depende do seu grau de organização, e não, do tamanho que tal oprimida classe constitui. “ (SHELDON, LESLIE MARAM, Anarquistas, imigrantes e o movimento operário brasileiro (1890-1920), Pag. 59)