segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Em algum lugar, em um tempo remoto, nesse mesmo dia.




No crescente fértil do rei Nabucodonosor II, num solstício de verão da Era do Bronze.
Babilônios cortavam pinheiros com ferramentas rudimentares, como fazem os cristãos com ferramentas não tão rudimentares, em dois mil e onze.

As Pináceas eram enfeitadas com cruzes em formatos de “T” e com estatuetas antropozoomorfizadas, em homenagem às suas divindades ádvenas, porém aladas.
Ao centro de suas salas, assumiam uma posição de destaque, em cerimônias pujantes eram meticulosamente ornadas.

Os cômodos nos quais incidiam as cerimônias: eram alicerçados por tijolos de adobe e palha, engenharia milenar e estrangeira, com ausência de blocos de pedra e de vigas de metal.
Porém, erigidos com suor, sangue e açoites, por braços servis e escravos, num modo de produção asiático de regime despótico e tirânico, com complexa estratificação social.

Que consolidou-se nesta época -pouco versada por seus escritos serem em idioma acadiano e de formato cuneiforme-, pela prática incessante duma disporá díspar.
Que se dava em apresamentos, que iam de Jerusalém ao Turcomenistão chegando até os confins do Qatar...

Os patesis por toda a mesopotâmia, enfeitavam com seus ídolos animados os seus Zigurates divinos (e feitos de barro).
“Zigurates celestiais” os quais, somente os sumo-sacerdotes, possuíam acesso ao seu ápice, onde se encentravam as Pinales exóticas advindas de um clima ameno (espólios das invasões empreendidas pelos déspotas ao Cáucaso).

As coníferas ao serem extraídas de seus locais de origem, deveriam estar repletas de pinhas para que -em uma região onde a natalidade era altíssima-, simbolizasse a fertilidade, os idolos animalescos de barro aos seus pés estariam munidos de oferendas pérfidas, exacerbadas e alimentícias, que apodreciam numas horas em um ambiente insalubre e pestilento.
Contagiando o povo com seu êxtase cerimonial, a massa era totalmente embaida pelo ritual estúrdio, e, acometida por malária, tifo e cólera num mesmo intervalo de tempo.

Camuflados por detrás das tradições transcendentais improfícuas...
Os Reverendos de Marduk sussurravam suas preces titubeantes envolta do altar de “sacrifícios quadrúpedes”, inoculando substancias psicotrópicas.

Imolando tetrápodes, córneos e tributados, oriundos de rebanhos amanhados às margens do Eufrates, por populações autóctones e pastoris.
Com um punhal de bronze, afiado, o clero rasgava a traqueia do animal de casco, aos pés da árvore sem raiz.

O ancião opulento e abastado, fazia então as libações inerentes ao sinal da cruz sob a égide do “T”, em homenagem ao deus aniversariante e bajulado.
Honrando com sangue bestial o nascimento de Tamuz, que em 25 de dezembro, trouxe aos pagãos de Ur, Nínive, Caldeia e Uruk, seu “resguardo”.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O materialismo é um humanismo.



Acredito que o materialismo seja um humanismo. Não somente por este libertar-nos da servidão terrena -sob a égide da subversão contra as elites parasitárias-, mas também, por este nos libertar do medo transcendente, torpe e pós-mundano (em apodrecer num calvário de enxofre e salitre, num inferno mefistofélico.

O materialismo é um humanismo, por nos emancipar das crenças em divindades antropomórficas, sempre coléricas! É um humanismo, por nos alforriar de uma eternidade falseada e metafísica, inculcada pelo clero , que engendra o apatismo societário e a alienação .

O materialismo concebe que o ser humano é um animal racional dotado de epistemologia e que utiliza esta última para transformar concretamente sua realidade material e social, erigindo sua concretude tanto cultural, quanto estrutural.

Ele próprio (o homem) é subproduto desta realidade material que concebe enquanto filosofia ontológica. Enquanto ser, é organicamente (e biologicamente) um arranjo molecular, organizado e sistêmico que resulta em matéria viva, num ser concreto, (num organismo), subproduto de bilhões de anos de evolução, um aglomerado de átomos, -sem alma-, sob auspício das leis físicas e das ligações químicas -em sua organização de ser vivo.

Todo ser vivo está remetido à matéria e à cosmogônia -à sua origem como ser orgânico e a do meio em que habita-, ao "grande bang", e à ele retornaremos, pois somos a façanha de um evento cósmico, que não somente erigiu nosso sistema solar, como também a matéria viva que o rege, e que, (sob a forma de ser cognoscitivo) redigiu esse texto. Em suma, somos feitos de poeira estelar, e ao universo voltaremos sob a forma de átomos.

Este conceito -o “materialismo”-, sofre correções e se transforma em novas sínteses há cada século, há cada era, foi Sócrates o primeiro a atrelar os pensamentos Eleatas como os de Heráclito e de Parmênides -(mudança perpétua e condenação ao Imobilismo, respectivamente)-, aos pensamentos dos Pluralistas, como os de Leucipo (um atomista) e associá-los, por conseguinte, à maiêutica socrática,- que além de humanista, foi uma forma primitiva de dialética “parteira das idéias”, através do embate entre teses a fim de desvendar a verdade, a virtude e a ética, que estaria -segundo Sócrates-, codificada na alma e imanente ao mundo das idéias-, ainda imbuído de idéias metafísica Sócrates lançou os dados da dialética e do materialismo modernos.

Aristóteles foi o primeiro a analisar a matéria sob seu aspecto frio, bruto e existencial na ontologia do ser humano -(e a corrigir algumas deturpações na maiêutica Socrática, perpetradas pelos geômetras e por Platão).

Porem, Aristóteles -com todo o seu mérito-, atrelou o saber à virtude transcendente do “Ato Puro” (Deus), atrelou a razão ao espanto (pathos), o cognoscitivo do ser humano à idéia de “forma” ou, a “Alma-racional”, imanente à “substância” ou o homem (o ser concreto).

A matéria desprovida de forma (alma) e de “essência” (objetivo), para Aristóteles, era a matéria bruta, prima, àquela que servia apenas ao trabalho humano, a essência por sua vez, seria objetivação do ser, enquanto a forma, a alma (que poderia ser Racional, Nutritiva, e Sensorial) do ser concreto, que só poderia existir “imanente as almas supracitadas”, em suma, a matéria para se tornar substância, para Aristóteles, necessitava da forma(alma), da essência (Objetivação), para só então existir.

Aristóteles aperfeiçoou o conceito de matéria advindo dos pré-socraticos e lançado por terra, por Sócrates e por Platão , assim como Marx no século XIX, aperfeiçoou magnificamente o conceito de materialismo (advindo de Feuerbach), que aprioristicamente, sem a intervenção deste primeiro (Marx), se encontrava deslocado da realidade societária.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Encruzilhada Existencial




A razão é o reproche do homem à um entendimento conspícuo,

A condenação natural ao saber, oriunda duma consciência de símio;

O sopro metafísico num boneco de barro que abnegou sua essência-animal...

O triunfo de uma espécie de Sapiens sobre a outra de Neanderthal.



Dum mastigar de raízes cruas, ao gosto do sangue com odor de carvão...

Ao banquete ecumênico duma ceia, regado à vinho e pão.

Dos rebanhos de gado, às plantações de um “crescente fértil de trigo”.

O assassínio do pastor pelo agricultor na gênese de um mito.



Os traços na savana deixados por um ser que pela primeira vez contemplou...

A existência dum “tele-encéfalo de bípede” que das pedras ao metal forjou.

A negação dos pelos, da agilidade de bicho, de um andar quadrúpede e arquejado..

Ao som consonante de fala, em detrimento do ruído rufiante de urro desengonçado.



A passagem dum nômade, nu e sem acanho...

Ao organismo engravatado das sociedades de ganho.

Do polegar fabril do fogo, da lâmina e da roda...

Ao movimento de pinça que engatilha os calibres e pressiona tesouras numa poda.



O rastejar de um vermicular insólito “na encruzilhada especicista de um coma”.

A sopa da vida, que da seleção-natural purgou mutações num genoma..

Passando de natural à artificial, dum fator biológico à um fator cultural...

Que edificou aclarações comtianas, sem pé nem cabeça, de raiz amoral.



(Felipe Lustosa)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O câncer do "centro" ...Acalmem-se, não vou falar do Banco Central.





O centrismo de esquerda é um “pano de fundo que amacia o contato entre o rabo do cavaleiro e a cela em que ele monta”.

Um cadafalso amarelado -e infausto- criado pelo trabalhismo varguista que se hegemonizou nos sindicatos por intermédio dos pelegos -após a derrocada das correntes anarco-sindicais.

O centrismo se entranhou nos sindicatos, principalmente, após as ditaduras -(a do Estado novo em 1937 e a de 1964-1985)- caçarem os verdadeiros comunistas -aqueles que eram realmente a esquerda, e que militaram dando suas vidas para que tivessemos essa democracia amputada.

Os partidos de “centro-esquerda” atualmente se transformaram em maquinas de ganhar eleições, alavancadas pelo populismo de líderes carismáticos, que perpetraram uma social-democracia embusteira e, é claro, funesta, que não ofereceu nenhuma opção de ruptura com os algozes do capitalismo, que vive cedendo migalhas aos seus pombos em conluio com partidos mafiosos como o PMDB, com o agronegócio, com os bancos e com o FMI, mantendo cacicados eleitoreiros em cidades interioranas, cooptando líderes sindicais e, por fim, transformando os sindicatos em currais eleitorais!

É como caiar o próprio sepulcro a fim de abiscoitar algum cargo antes que caia de podre!, É como mergulhar deliciosamente no calvário! Essa esquerda travesti não oferece opção de ruptura com o neoliberalismo, nem com as premissas mercadológicas que engendram a exploração e a miséria, essa social-democracia tardia, é uma tentativa incauta (e em vão) de humanizar a natureza feral do capital.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Idéias são à prova de balas.





O assassínio de Alfonso Cano pela direita neoliberal, narco-terrorista, fascista e truculenta da Colômbia em conluio com os vultures da CIA, não irá obliterar as lutas e, tão pouco, as conquistas históricas do povo colombiano e das FARC-EP, do mesmo modo em que falharam -e ainda falham- em tentar contaminar plantações em Cuba, impondo boicotes terroristas. Falharão como falharam em impedir que o povo cubano fosse vitorioso em Sierra Maestra e na Baía dos porcos com seu projeto socialista, que se consolidou e que felizmente vive pulsante bem debaixo dos seus narizes imperialistas. A mesma CIA que executou Ernesto Che Guevara, Salvador Allende e Alfonso Cano, segue impune cometendo atos bárbaros de agressão à soberania de nações mais fracas, financiando golpes de Estado, como subsidiou todas as ditaduras da América Latina, sem exceções .

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Oi eu sou os Estados Unidos - Por Felipe lustosa



Oi, eu sou os EUA, te seduzo com meu American Way of life e com minha industria cultural poderosíssima que fomenta o consumo, mas escondo de vocês que 25% da minha população come ração veterinária enlatada e se trata com remédios para cães e cavalos.



Defendo a democracia e a liberdade -de mercado, pautada no liberalismo econômico- para os "incivis muçulmanos", mas meu governo truculento reprime qualquer manifestação pacífica com ausência de dialogo amparando tal ausência, com um grande porrete policial.





Minha história como nação hegemônica imperialista, foi escrita de dentro para fora, com sangue indígena -e com o de outros povos de cores e culturas diferentes-, os quais caçávamos com nosso ilustre sétimo regimento de cavalaria ou os vulgos “casacas azuis”.



Oferecíamos como recompensa aos pioneiros e Cowboys desbravadores, o mesmo preço de 25 dólares a quem nos trouxesse uma orelha indígena ou uma cabeça de cascavel diamante, -as duas grandes pragas que impediam o avanço da civilização escolhida por Deus, dos telégrafos e das ferrovias -que expropriaram esses povos- desde o Tenessee até o oeste californiano, vampirizando as jazidas de ouro lá existentes e seguindo um traçado de morte e de devastação, rumo oceano pacífico.



Caço os terroristas que eu mesmo invento, manipulo a informação através de minha mídia sentenciosa e violo a soberania dos países mais fracos com ocupações militaristas, cárceres moedores de carne -como o de Guantânamo- e tratados dos quais eu possa tirar proveito.

Enveneno o cognoscitivo dos "alienados tropicais" com meus enlatados não tropicais, e intoxico o seu organismo com comidas gordurosíssimas que causam câncer explorando sua mão de obra - comidas que são produzidas em redes de fast-food que escravizam mão de obra latina.



Imponho embargos criminosos à tudo e todos que vão contra os meus setores monopolistas do capital, contra minha ideologia Anglo-calvinista, contra a mão invisível do mercado, contra o meu modelo "sócio-econômico maravilhoso" e contra minhas empresas depredadoras do meio ambiente e espoliadoras da dignidade humana.



Com sensacionalismo exacerbado, oculto o açougue humano que eu sou desde minha gênese, o Rambo é o nosso herói nacional -oculto as hidras peçonhentas que cultivo em meus quintais servilistas como: na Colômbia, no México, na Guatemala, em Gaza e recentemente, no oriente médio e no norte da África, -com minhas guerras por petróleo que alimentam minha precária civilização poluidora-, que conta com a subordinação de setores, que administram tais riquezas minerais e naturais nestes territórios depredados alheios, mantendo-os receptivos ao nosso imperialismo através do mercado voraz e predatório, imanente à governos fantoches, que nós colocamos no poder através de "eleições diretas" civilizatórias.



Todos os meus representantes políticos foram genocidas ou se preferirem, aves carniceiras, que executaram com ilustre maestria inimigos e opositores político-ideológicos por meio de Órgãos de espionagem e sabotagem como a CIA.



Adoramos queimar asiáticos e não pagar pelos crimes de guerra, começamos vaporizando 250 mil japoneses com duas bombas atômicas, e depois utilizamos o Napalm para esturricar vietnamitas e camponeses, os malditos vietcongues estavam debaixo da terra, então estuprávamos as mulheres e queimávamos os idosos que desarmados plantavam arroz, em um solo que contaminamos de propósito com o Agente Azul. Eles nem tinham também, onde se esconder, pois sua flora nós também arrasamos com o agente desfolhante.

O apresamento da consciência.




O dia da consciência negra deve ser lembrado como uma data que de fato sirva a conscientização das classes históricamente oprimidas, deve suscitar à resiliência heróica daqueles -que apresados- foram trazidos de terras distantes em navios negreiros por traficantes de escravos e, escravizados por conseguinte, sob a legalidade e auspício da ordem vigente oligárquica.

Deve ser uma data que relembre aqueles que se indignaram, morreram lutando e se subvertendo contra uma elite minoritária e segregadora, que os renegou às periferias após a Abolição da Escravatura, Guerra do Paraguai e após a Reforma Pereira Passos, deve relembrar aqueles que romperam os seus algozes e se refugiaram em quilombos, erigindo trincheiras contra-hegemônicas contra o império.

A consciência negra deve fazer jus ao seu nome, e não, se transformar em uma data mercadológica pegando carona no trampolim midiático e sensacionalista -de novelas incautas, que deturpam a realidade social e que vendem a imagem do negro, como sujeito reificado, inserindo-o na lógica pós-moderna do senso comum.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bom-dia, imbecil!


O Tele-jornal “Bom-dia Brasil”, deveria se chamar “Bom-dia imbecil”, inculcam em uma cambada de trabalhadores (relapsos e exteriorizados) -que não filtram as informações- a lógica maniqueísta do velho-oeste atrelada ao jornalismo sensacionalista do sangue! Convidaram nesta manhã, um dos Cabos responsáveis pela prisão do traficante Nem, e por conseguinte, o endeusaram.

A “babação de ovo”, se deu por não ter aceitado a propina -o que deveria ser o dever de todo o profissional transparente, em qualquer área-, uma tentativa estapafúrdia e ridícula, de tentarem limpar a reputação da corporação corrupta que é a Polícia Militar, reputação esta de: “carniceiros do cambalacho e de acaçambadores de propina”.

Para que as coisas fiquem claras -e para que os desavisados saibam: a PM surge em 1809 como guarda da corte, a fim de manter os interesses oligárquicos, garantindo os interesses da propriedade privada e de uma classe minoritária sobre a outra explorada, imanente à ordem. Uma das estrelas que a corporação possui -e exibe com honra em seus quadros-, foi concebida pelo massacre de Canudos!

A PM é um açougue-social!, Por favor, pensem bem antes de endeusarem os Capitães do Mato!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

"O martelo da suavidade."

A violência sob sua forma física e efetiva -em sua brutalidade concreta e material- provém do Estado, abrolha literalmente na sociedade-política sob a forma de um porrete, que de maneira seva movimenta-se brutalmente de cima para baixo, a fim de acachapar os fracos, pobres, estigmatizados e oprimidos, para que a classe dirigente aufira lucros, imanente a ditadura do capital, sem maiores contestações.

Alinhada à coerção efetiva a fim de obliterar a luta de classes no terreno ideológico, existe um outro tipo de fereza, uma que é mais sutil, branda, insidiosa, ávida para atocaiar os incautos.

Essa é vagarosa, calculista, fria e sem pressa, segue agindo "como um crocodilo submerso esperando a próxima vítima despercebida ir se deliciar em um regato ".

É persuasiva como o canto de uma sereia, que age seduzindo os parvos marinheiros, levando o bronco bucaneiro desavisado à um abraço da morte letal, à um fim trágico nas tormentas do oceano, nos corais ou nos rochedos.

Esta, é a dominação cultural, o amoldamento do consciente, irradiada com extrema destreza, pois conta com a indústria cultural a seu favor, para lobotomizar e exteriorizar aqueles que possuem pouca consciência de classe, aqueles que são indiferentes ao seus pares, aqueles que desejam se tornar aviltador.

Com as leis do mercado controlando do metabolismo social, com a mídia erigindo discursos de cooptação pequeno-burgueses, com o advento do crédito atrelado à hegemonia do capital financeiro e às premissas da cultura de consumo -em terreno Neoliberal- os setores vampirizados reproduzem a lógica e a opressão que sofrem, engendrando mais dualidade no tecido social e no ambiente em que vivem.

O abscesso da meritocracia é a semente do mal da lógica competitiva e predatória mercadológica, a força motriz por detrás do êxito lastimável em esquartejar os movimentos sociais quee perpetram a natureza brutal do capital, tal aviltação mental é exercida e emanada pela sociedade-civil, inerente a um ferramentário ideológico e pós-moderno.

Deste modo, segue impunemente, inculcando no cognoscitivo do proletariado, o germe destrutivo da apatia, do individualismo, da corrupção, do fetichismo da mercadoria, da contra-revolução. Munidos de uma poderosa e repressora sociedade política, que de maneira dialética utiliza seus aparelhos de repressão física, tornando as massas –que organizadas em bloco histórico, seria forte- presas fáceis do capitalismo.

Como um miasma esfumaçado na penumbra Estatal travestido de bálsamo de flores, que a um só tempo "entorpece, envenena e por fim, mata deliciosamente", é nada menos que uma profanação ideológica e predatória dos valores advindos das premissas básicas do humanismo, aqueles valores fundamentais que exaltam e enaltecem o homem como ser inteligível e fraternal, assim como por conseguinte, sublima suas plenas faculdades cognoscitivas e antropocêntricas, que levaram-no à uma condição privilegiada e de destaque, entre as espécies, como a única que reconhece humanidade em si e no próximo.

Tal fragrância mórbida e pútrida que bestializa os homens, está munida de uma aleivosia intelectual abissal e falseável, de viés neo-clássico e sentencioso, algo imundo que se encontra munido de uma aparelhagem organizada em inúmeras esferas do poder público, concentradas nas superestruturas de aviltação do Estado burguês e que agem como tentáculos do Capital financeiro e do liberalismo econômico -que é em seu bojo, sentencioso e corrupto.

A hegemonia, segue concentrando-se em instituições de disseminação de uma ideologia manipuladora e maniqueísta, que é, por conseguinte, corruptora. Algo que tem um efeito muito mais duradouro e devastador -quando atinge o seu objetivo-, pois insemina nos homens levianos o germe da contrafação e da competitividade, o espectro da ascensão e do poder pela tirania do status-quó, doutrinando uma juventude ceifada ainda em seu bojo social, pela meritocracia lacaia das leis mercadológicas, que por sua vez, está visceralmente interligada à cultura de consumo, à acumulação de capital, à extração de mais-valia, ao imperialismo, ao culto à propriedade privada, e ao sistema capitalista global.

Essa, é a pior agressão que um regime pode cometer contra os homens, é o pior tipo de dominação, a mais desumana violação exercida por uma elite minoritária sobre o seu povo, pois dimanada da sociedade civil e age sendo inculcada, absorvida e perpetrada como um mantra obscurantista, com conseqüências terríveis, pois enraíza culturalmente e historicamente a apatia, naturalizando-se situações inapropriadas e atrozes, esfacelando a crítica, obliterando a luta de classes no terreno epistemológico e prático, acabrunhando a dialética numa tentativa vã de perpetuar seu legado hegemônico, sem contestação.


A violação da consciência de uma nação, é a mais austera ditadura, e, por conseguinte, o maior crime bárbaro!, É ela que cria os zombies da ignorância, os analfabetos-sociais exteriorizados, os beócios da pós-modernidade, as gerações nati-mortas, as prostitutas, a anestesia social das vanguardas, os lobotomizados-políticos, os bestializados pela reificação, os incautos da moda, os fundamentalistas, os fetichizados sem caráter e as classes que são historicamente subalternizadas, - de consciência improfícua e levemente amarelada.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O bolo, a festa, os convidados famintos e os garçons.





Os senhores de tudo e de todos, dividiram os continentes em verdadeiros relicários.

Usaram o lápis, as réguas, a cruz e as balas, erigiram autômatos em complexos serpentários.



Tingiram seu império com tinturas vermelho-sangue, amarelo-ouro, de um brilho adiamantado.

E para dissimularem o matadouro, utilizaram um incenso com odor de ópio, pólvora e aguardente, corromperam a juventude de seus relicários, com seus orbes encantados.



Subornaram os chefes silvícolas a abandonarem suas zarabatanas,

Pois com calibres de longo alcance, a caçada seria mais bacana!

Alinhada à manutenção da pax e da ordem, -em seus relicários- os senhores de tudo e de todos, impuseram algumas leis e tratados, leiloando as terras dos aborígenes -aos seus próprios monopólios- à preço de banana.



Impuseram aos tribais que adotassem uma religião, alcunhada da apatia servil pós-mundana, regida pela obediência "boa-cordeirista", auspiciada pelo sacrifício do mártir e pela auto-mutilação.

Perpetrando os vieses, obscurantistas e sectários, “mas que no fundo, no fundo, são munidos de forte civil-formação”.





Edificaram parques industriais, bancos, igrejas, escolas e postos de saúde tingidos de branco -"por algum motivo ideológico".

Para que quando os senhores de tudo e de todos (que também são brancos), saíssem de férias, em alguns locais exóticos,

Pudessem rezar em igrejas brancas, que eles ergueram (com trabalho não tão branco), em seus relicários, "tingidos de branco,vermelho-sangue, amarelo-ouro, com o brilho de fundo adiamantado", porém, "levemente apartadores", mas que no fundo, no fundo: fomenta em seus senhores -até mesmo quando estes rezam, por razões humanitárias e civilizadas- sonhos eróticos.



Quando os relicários, adotaram linhas modernas de produção (de fumaça negra) , alguns silvícolas (também negros) indignados, não quiseram mais ser sobrepujados.

Pois os senhores de tudo e de todos, agem impunemente plastificando–os em embalagens à vácuo para consumo imediato, vendendo-os como animais de estimação, ou como bonecos de plástico.

Em museus, agem congelando-os em renascentes quadros.



Nos laboratórios, seguem testando medicamentos e inoculando alguns virus "inócuos", como faziam com os ratos brancos, que talvez por serem brancos tenham sido substituidos por humanos de outras cores, (quando falo de ratos brancos, falo daqueles que ficam em gaiolas, e não, dos que injetam as drogas), os outros fora das gaiolas, agem empalando os outros humanos de outras cores, exibindo-os em grandes galerias, por conseguinte, como espécimes raros, com nomes em latim, de outra espécie hominídea, advinda de outrora realidade paleolítica.

Editando a sua cultura, como práticas incivis, bárbaras e ilícitas.

domingo, 16 de outubro de 2011

O Fetiche de um capataz.





No capitalismo, o indivíduo é fetichizado, reificado ou transformado em objeto, quando este vende seu dispêndio de força aos setores que o aviltam socialmente e que extraem como sanguessugas a mais-valia.

Este sujeito "objetizado" estranha à humanidade do agente histórico em duas instâncias: o estranhamento em si mesmo e o estranhamento em outrem.

Não reconhecendo-se como ser cognoscitivo, coisifica o outro e a si próprio, enxerga os laços sociais como mercadoria com valor de compra a ser consumida, descartada, usada e vendida.

Tal indivíduo acaba por ter suas vontades individuais mediatizadas pelo Status-Quó -atrelado à cultura de consumo-, subordinando-se as superestruturas de aviltação social ao invés de pô-las a baixo.

O sonho de um operário é ser contra-mestre, tanto quanto a de um mestiço (na época da escravatura) era de se tornar capataz.

O sujeito coisificado exclui ou inclui outrem, por conseguinte, de acordo com as leis do mercado, aquelas que controlam e regulam o metabolismo social e que quase sempre, possuem matrizes obscurantistas e ocultistas regidas por bancos opulentos, grandes multinacionais e setores do agronegócio, que vultuosos, ocultam-se na penumbra estatal, -que funciona como uma trincheira do sistema capitalista-, debelando e espoliando as classes subalternizadas por intermédio do Capital financeiro atrelado às suas superestruturas cooptadoras.

Numa concepção lato-social, até o lumpemproletariado (ou o excluído) acaba por estar engendrado (ou incluso) na lógica perversa do Capital.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

"Os Hunos da ideologia."


Os críticos e as vanguardas foram aos poucos se extinguindo, as hordas de mentecaptos da subjetividade preencheram como vermes: o nicho então deixado.

A “seleção natural da decadência” se instaurou como uma “outorga natural emanada pela essência humana, inessêncial – ou pré-fabricada”, graças ao desserviço prestado pela industria cultural da pós-modernidade e aos discurso positivistas de outrora, que no o leste-europeu -após a queda do muro de Berlim-, passaram a perpetrar um “deserto inatural, povoado pelo vazio da imbecilidade: marcado pelo vácuo dos discursos, pela perda do objeto, pela obliteração da crítica e pelo abandono do humanismo”.

Esses ceifadores da dialética se remeteram de tal modo às “leis do mercado”, que com tamanho cinismo, chegaram ao ponto, de edificar um legado com previsões sombrias, metafísicas e obscurantistas, que possuíam como homília cataclísmica –ganhando terreno naquele momento: o fim da história, que se anunciava como o prelúdio da irrazão humana, na transição do século XX ao XXI.

O nome capitalismo a partir dos anos 70, 80, 90 (e até o atual momento), passou então à trazer "má sorte" à mídia e aos economistas que o usavam em seus noticiários, passando então a ter sua pronuncia evitada. A parcela dominante que monopolizou a “liberdade de imprensa” apelou para a desinformação e para a pré-fabricação da opinião publica, inventando termos medíocres -como seus devaneios des-estatizantes e neoliberais-, termos como: “Eco-capitalismo”, “desenvolvimento sustentável”, “empreendedorismo”, “preparar para o mercado”, “Nova Ordem Mundial” e ETC.

Tal bombardeio agia esvaindo os olhares mais atentos para questões secundárias permeadas de sensacionalismo com o efeito de esquartejamento que produziam a alienação desejável –como nas linhas de produção fordistas e pós-fordistas-, (lógica igualmente medíocre, metabolizante e degeneradora). Tal entricheiramento teve como ponta de lança: Hollywood, Walt Disney, MGM, Warner, CNN, The Economist e Etc.. .

O termo “Neoliberalismo”, esse então: ” Se manifestava como uma pedra no sapato dos economistas, e como um demônio imaterial para a mídia, ocultando-se na penumbra Estatal: promovendo a miséria e os exércitos de reserva idealizados por F.Hayek”. O que de certo ponto de vista, causava espanto, medo e eventual perigo à direita, caso o proletariado "desconfiasse".

Então as redes monopolistas do capital -os dominadores- trataram de aperfeiçoar seus mecanismos de desinformação e de dominação, com o desafios e metas de como exorcizar do “imaginário popular” tal belial (sem sacrificar o cidadão ao ponto que este percebesse).

Fazendo uso das superestruturas e de amplo apoio da sociedade civil, tal horda empresarial teve êxito em camuflá-lo (o Neoliberalismo) e amplo sucesso em tirá-lo de nossas lupas, alienando-nos com futilidades que emanam de diversos vetores, engendrado-nos à cultura de consumo, os enlatados e os fetichismos reificadores.

Porem diante de uma nova crise estrutural, que completa 3 anos, os medíocres da subjetividade capitalista estão ficando sem armas e estratégias diante dos fracassos cíclicos do Capital, mas ainda pensam em poder resolver uma crise de créditos, injetando ainda mais créditos, inflando o mercado e estimulando a financeirização dos negócios, sem citar os estimulos contínuos ao consumo por parte do cidadão incauto, as medidas de austeridade e de recessão diante da quimera que é o mercado.

O cidadão ainda atordoado diante da situação, não nota que: “não há nada mais Keynesiano que um Neoliberal em crise”, percebem?, Ambos dentro uma concepção dialética -(Keynesianos e neoliberais)- "são liberais" e fazem parte de uma mesma lógica: a capitalista.

Não sendo estes completamente antitéticos, pois acabam por fazerem ambos o uso dos aparelhos de estado quando conveniente para garantirem a manunteção de sua hegemonia como classe. O Estado dentro desta lógica, ainda segue intervindo sempre que necessário.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O eco de um egocêntrico tardio.



O egocêntrico, que nunca se enganou
Em um abismo, um dia berrou.
Coberto de maledicências:
só ele escutou.
A reafirmação sua prepotência.
Que evidencia a vaidade que sempre emanou.
Reflexo de um homem enfadonho,
O qual, se encastelou.

Sempre acreditou, deter imensa sapiência.
Mas demonstra na verdade:
Loucura e demência.
Quase como em um realit-show:
É apontado por todos, os quais sempre aviltou.

O egocêntrico é além de tudo,
Um megalomaníaco
Contempla um autismo, idílico.
Tem complexo de superioridade, irreal.
O mundo competitivo é o seu mundo ideal...

É, conspiratório e paranóico.
O egocêntrico, é o prisioneiro perfeito de um panóptico.
Alem de tudo, ele é bipolar
Acredita ter uma personalidade boa, e outra má.
Trava dentro de si, uma eterna guerra-fria
E em decorrência disso,
Não aguenta sua própria azia.

(Felipe Lustosa)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

"A Idade das compras."




O século XXI é o século do dissabor, do retrocesso à barbárie. O século em que se contempla a amputação do discernimento. O auto-retrato de uma humanidade sem humanismo!

O séc XXI é um embrião errante, feio e reificado -que renegado ao limbo do estranhamento social-, acaba por se tornar pernicioso ao progresso, surgindo das entranhas da sociedade de classes.

É o século em que se enaltece a lógica do mercado, o neoliberalismo voraz, o individualismo perpassado, a seletividade empresarial, o desemprego,o sucateamento do serviço público, a privatização do ar, a fome e a recessão.

O século da morte da fraternidade, o século da acumulação mais brutal de Capital, o século do terror, do fundamentalismo religioso, o século do imperialismo hegemonizado, da globalização aculturadora.

O século da cultura de consumo, das guerras por petróleo,do aquecimento global, das crises ininterruptas do capitalismo, da condição pós-moderna e de todo lixo aziago, enlatado que nos bombardeia.

O século da exteriorização, da mercantilização do amor,da promiscuidade, o século em que tudo pode ser comercializado, inclusive, o próprio corpo.

No século XXI, tudo se compra, tudo se vende, inclusive, a "alma".



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

A Intelectualidade e o conceito de intelectual, geram qual tipo de hegemonia?




Pelo conceito de intelectual atrelado à estruturação do bloco histórico-hegemônico:

Este, deve compreender não somente as camadas comumente denominadas como “intelectuais” pelo senso-comum - (reprodutivistas e tradicionais)-, mas também, toda a gama orgânica que se engendra dentro de um plano histórico-dialético, exercendo as funções coordenativas e direcionais no campo da produção e da organização - em sentido lato-social – que se dão a um só tempo no campo da teoria e da prática. Produções que variam e se dão tanto no campo da cultura, no campo administrativo, político, quanto no econômico e etc.

O intelectual orgânico no sentido gramsciano, é todo aquele que além de produzir teoria, não se encastela em um gabinete, produzindo para seus pares também vaidosos - como ele -, ele não é um iluminado ou um ser à parte, pelo contrário!, Este se solidariza com a classe aviltada, ele não é mais ou menos humano por sua intelectualidade, ele está vivo!, Materializa sua luta através de sua produção teórica.

Ele coloca em práxis o que produz para organizar o meio social em que vive, ele intelectualiza, politiza e luta lado a lado com o proletariado, contribuindo dessa forma para mudança e construção de hegemonia.

No sentido estrito da palavra, o intelectual orgânico não é um lacaio das superestruturas do capital, tão pouco um embrião errante da dualidade. Este reage ao entrincheiramento do Estado expurgando a moralidade e a ética dos resquícios parasitários do passado, oriundos de uma cultura pequeno-burguesa, calcada no individualismo e na competição.

É um revolucionário produtor de teoria revolucionária, ele se apropria -junto às massas- dos organismos ideológicos concentrados na sociedade-civil ou superestruturas do Estado, para a derrocada da estrutura vigente do capital concentrada na sociedade-política.

sábado, 25 de junho de 2011

Da condição pós-moderna ao caos do esclarecimento.





A sociedade civil atrelada a lógica capitalista se vê em condição tão aziaga e decadente, que se encontra estagnada e perpassa - com toda sua mediocridade - ostracismos e alienação.

O homem pós-moderno reproduz os “micropoderes”de maneira leviana e acrítica, a condição pós-moderna - à nível filosófico - se encarregou de tentar “ceifar a dialética do terreno histórico”.O esforço foi em vão, mas obteve uma parcela de êxito em transpassar a naturalização das relações de exploração.

Tal condição não concebe a ruptura com as “superestruturas algozes”, graças ao processo de alienação exercido por esta última supracitada. Tentando ofuscar as contradições existentes entre capital x trabalho a condição pós-moderna se torna mais um ventríloquo obscuro do Capital.

O homem do séc XXI se vê herdeiro tanto das estruturas de dominação que o oprimem, quanto dos valores morais burgueses que a um só tempo o profanam - por meio da ideologia - e o oferecem sua subsistência. A lógica sócio-metabolizante do capital , não se deu com a estruturação do capitalismo, ela foi apenas catalisada com o advento deste.

Tal lógica é longínqua, é anterior as estruturas de dominação lançadas pelos tentáculos cooptativos do capitalismo, anterior à nivel de produção material as “infraestruturas sócio-econômicas ideais” vigentes e capitalistas.

Em essência a acumulação primitiva ou moderna do Capital, possui a exploração e a dualidade como forças motrizes embrionárias, o trabalho compulsório ou assalariado é a negação da emancipação da humanidade, tal imolação se deu durante a implementação - em eras remotas - do modo de produção asiáticos, durante a expansão marítima do séc XV regida pela lógica do mercantilismo e bulionismo, e principalmente, durante a edificação do Capitalismo global e e hegemônico no século XIX com a revolução industrial e com o neocolonialismo.

O Moinho à braço vos dará a sociedade com o suserano, o moinho a vapor vos dará a sociedade com a burguesia capitalista, ambos algozes, ambos servos subservientes ao Capital.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Globalização e monopólio da informação: “A Supernova do Capital.”



Desde quando percebemos tal fenômeno, este se mostrou como sendo a dupla face - totalmente parcial - de uma mesma moeda em prol de um tipo de sistema. Uma contradição em curso, uma questão complexamente dialética que gera sua síntese em um momento histórico até então distante, mas que está por vir.

Uma dessas faces está intensamente envolvida na estruturação de um “habitus cultural” como modelo balizador, na implementação de uma idéia inerente à uma determinada "zona de influência" - permeada por uma demanda que se encontra indefesa aos precederes e poderes cooptativos desferidos em escala pelo Capital - algo que se dá por inúmeros meios, sendo um deles a informação pré-fabricada inexoravelmente subordinada aos interesses das multinacionais, à serviço do imperialismo, do latifúndio, do agronegócio e de todos os grupos empresariais (em geral), os detentores do capital global e hegemônico.

Tal fase infausta age também à serviço de "guerras cambiais" que sucedem o "terror especulativo" que abarcam do FMI ao Banco Central, que por sua vez, estimulam a entrada de capitais especulativos e ajudam internacionalmente os países em que atuam, que por sua vez possuem uma economia aberta aos seus interesses, mantendo distante a intervenção da sociedade política no controle econômico, o que facilita a intervenção de grupos estrangeiros com políticas entreguistas, isto é, políticas que agem por meio de medidas anti-estatizantes, sempre em prol do oligopólio que as representam. Um exemplo corriqueiro que serve para ilustrar o processo supracitado, seria o das eleições no Peru, seguida da queda na bolsa de Lima. Após a eleição de Humala, e derrota de Keiko Fujimori (derrota da direita), o FMI e o Banco Central atrelado aos interesses do empresariado - e com o temor da intervenção estatal na economia - boicotaram as bolsas, seu fechamento e a interrupção do pregão.As elites foram ultrajadas e deram um grito furioso por meio da "afronta especulativa".

A globalização, age de acordo com os interesses de grupos econômicos que sempre extenuaram nossa matéria prima, e não obstante regem a economia com linguajar pouco acessível, explorando a mão de obra barata com amparo de leis, se aproveitando do mercado consumidor (abundante e promissor) - que é envenenado ideologicamente, pela industria cultural capitalista – um “mercado que se auto-regula e que possui suas leis invisíveis, como a economia neoliberal que a aufere” graças à um “curral-eleitoreiro” parcialmente alienado, analfabeto político e funcional, que foi afastado de sua práxis cidadã e de sua essência questionadora, que graças a essa externação, rompe o seio por mais mercadorias - como, por medidas paliativas imediatistas.

Um mercado consumidor que “não consegue comprar à vista o que produz”, distante da compreensão acerca das contradições do atual momento histórico e modelo político-econômico – o povo que clama por mais uma dose de futilidades enlatadas, prazeres triviais, com uma pitada de contra-informação, levada pela globalização a serviço da mídia burguesa .

A outra face - não menos obscura - está inserida na irradiação da informação e como esta se dá, tal face fornece o combustível necessário para gerar a sua antítese - a mesma do modelo neoliberal que a subsidia - tornando desse modo, possível o acesso (ou o consumo)do “material proibido”, que se torna cada vez mais codificado e inacessível aos setores menos abastados, não só graças a vaidade acadêmica que alicerça o status-quó da intelectualidade - mas também, graças ao primeiro fator que financia a globalização para um fim desinformante - que aufere as classes exploradoras gerando o lucro, e que imola o cidadão com sucateamentos em prol do setor privado - ao contrário de uma intervenção estatal no setor público, que poderia agir como uma centelha para libertar as mentes mais atrofiadas, subprodutos desse processo.

Esta segunda face que corresponde a veiculação da informação, está imbuída de certos valores oriundos do pensamento iluminista, que não é de todo mal, valores filosóficos herdados de um passado remoto, que preza pela preservação dos saberes e pela valorização das faculdades humanas – algo do séc XVIII - que traz em seu bojo as idéias de “liberdade igualdade e fraternidade”, os direitos do homem e do cidadão, o direito à manifestar sua livre crença, seu livre pensar e manifestar-se culturalmente..."A utopia dos liberais que não são os mesmo liberais de hoje".

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O cativeiro em si mesmo.




O século XXI é o século das desilusões e dos dissabores, o século da acomodação e da banalidade perpassada. Naturalizada como modelo de civilidade almejado por todos que se consideram parte “integrante” de um modelo de “civilização-ocidental-padrão”, uma espécie de “democracia de subordinação terceiro-mundista consentida”, um modelo de cidadania amputada e enlatada, exportada com orgulho para o “mundo bárbaro” – um mercado em potencial - que rompe o seio clamando por “globalização neoliberal”. A mesma das canhoneiras ou a dos fios invisíveis que - agem como grilhões.

Tal decadência evidenciada no cenário histórico mundial durante a fase mais voraz do imperialismo mundial, é também vivida aqui no Brasil. Passivo ou Não-passivo, eis a questão?...Talvez nem sempre não-passividade seja sinônimo de esclarecimento, a prova disto, está no norte da África e no Oriente Próximo.

A passividade pública dos brasileiros após 21 anos de ditadura, partiu de um consentimento travestido de medo, após a desilusão com os liberalismos existentes na época. Tal apoio à marcha da família por parte da sociedade, seguido do “parcial adestramento” do povo,foi algo esquematizado e está mais vivo que nunca.

Durante um período histórico que equipara-se à uma sangria nas veias do continente latino-americano, marcado por brutais regimes - que reprimiram e torturaram em nome da ordem e do capitalismo - que se consolidaram graças a um esquemão de “capitalismo-latino-ditatorial” adotado da Bolívia ao Uruguai, não era para menos que nossa sociedade ainda fosse reflexo de uma história recente omitida e mistificada.

Com a amortização da opinião pública, com a execução da vanguarda - posta em prática por órgãos repressivos como o DOPS - subsidiada pela “palmatória do mundo” ou pelos “ventos democrático e liberais do norte da América", o Estado se tornou uma quimera, uma metamorfose, ou simplesmente "um ferramentário do grande império", que nunca lançou mão da exploração, genocídio e repressão, obtendo sua hegemonia e auferindo lucros - quando não pela coerção efetiva - pelo adestramento ideológico-cultural.

Desde as subseqüentes crises do capitalismo global, desde as transições políticas vividas nas entranhas da América - latina, e com a voracidade do neoliberalismo, os movimentos sociais, receberam um grande cale-se, uma punhalada desferida pela mídia conservadora e pela “sociedade política travesti”. As vozes dos desvalidos em geral jaziam dentre os escombros da opressão de uma “Ditabranda”, e de uma opinião pública falseada e pré-fabricada por uma sociedade-civil incauta, herdeira dos moldes estruturais anteriores.

Existe algo de masoquista na população, ou seria a grande mídia um dos grandes tentáculos responsáveis pela miséria?, Um cativeiro do esclarecimento comparado ao mito platônico da caverna?, Os grandes centros urbanos reproduzem a lógica da competitividade e das leis do mercado, os cidadão transformam-se em “mercadores-da -alma-currados”, perderam a humanidade em si próprios, sua essência se atrofiou beirando a alienação. Isto é, enxergam os semelhantes como mercadoria desprovida de razão, tal reducionismo se deve as condições de externação propiciadas pelas condições de aflição-material.

O desespero em si próprio representa o desespero de todos seguido da dominação, ou seja, “o esvaziamento total de si mesmo pela ordem e estabilidade a ser mantida”. Um auto-retrato do Estado, que se esvazia da economia e do bem estar público e social, sucateando a educação e a saúde pública em benefício do setor privado, reproduzindo um exercito de reserva “analfabeto funcional”, que também reproduz uma humanidade morta, consumista que se auto-metaboliza – como gasolina em um motor - se auto- alienando.

A coibição pelo viés ideológico, a assimilação da cultura de consumo, a cooptação que ocorre por intermédio das leis do mercado e grupos multinacionais, é algo tão atroz e baixo, quanto a invasão de um povo pelo poder das armas. Tão baixo quanto a aniquilação de uma cultura milenar, seguida da outorga de um determinado modelo político-econômico e da subordinação colonial, imposta pelo império!, Pela metrópole.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Os vira-latas também são sujeitos.



Ultimamente, tenho acompanhado discursos padronizados que remetem o brasileiro à uma espécie de “bárbaro terceiro-mundista”. Tais discursos reduzem a nós próprios – o povo brasileiro - à completos sacripantas, que precisam ser inseridos em uma ótica civilizatória, ofuscando desse modo a nossa conscientização, a nossa liberdade de expressão, a forma de disseminarmos a cultura de classe presente em meios periféricos, a livre manifestação cultural dos regionalismos que constituem as minorias coibidas por um sistema dual e segregador.

A identidade “de ser o que deseja-se ser” sempre esteve ameaçada de tempos remotos até o atual momento, pois ela coloca em xeque "o que querem que sejamos". O erro, está em exatamente "não nos notarmos" quanto componentes chaves (em um processo de dominação que pode mudar) com a militância e com a livre manifestação do que somos realmente e do que produzimos enquanto sujeitos!

Os algozes da sociedade política juntamente às regras de linguagem, estamentaram-nos sob o alicerce da "hipercompetitividade" e do individualismo. As classes presentes no processo histórico - sob a égide cultural do "consenso burro" e normativo - quando naturalizaram-se quanto a ser "classes B ou C", passaram a oprimir as "classes D e E". “Os gerentes de loja”, enfim ao invés de contribuirem para suas respectivas emancipações como um todo, facilitaram a subordinação e a dominação de seus semelhantes (e a sua própria).

Os discursos vão da trivialidade à assuntos sócio-políticos, econômicos e educacionais (de matriz mais séria). O que revela as raízes da dominação, revela até onde vai a persuasão e a cooptação exercidas pelos meios de difusão superestrutural "da cultura dominante". Isso às vezes me faz perguntar “aos móveis ou às paredes”, se eles são mais sujeitos da própria história, do que aqueles que os construíram e as ergueram, (nós, os brasileiros!)...Felizmente, sou correspondido com o eco vazio, (de minha própria voz), a voz de um sujeito histórico.

O tempo histórico, é o espaço onde o homem-sujeito atua. O homem não é subproduto do meio, apesar de depender deste e transformá-lo. O homem se reinventa de acordo com a estrutura vigente, ele cria os Estados e as Estruturas que o possibilitam se reinventar em cada momento histórico. O homem cria as leis, as discordâncias, o modo de produção, ele cria as relações de dominação que mediatizam e permeiam tais instâncias...O Estado é algo abstrato, já o sujeito, este é concreto!, O Estado não é "a razão" que dissolve as contradições engendradas na sociedade civil como idealizou Hegel. O Estado é mais uma criação humana, o Estado enquanto entidade, é mais uma classe!, Que permeia esta sociedade, subordinada aos seus interesses...A ideologia é o engessamento da teoria, o idealismo de cada homem é dialéticamente o seu esvaziamento e o seu fôlego, a ideologia serve à um fim, o de reproduzir enquanto teoria, o que herdou como exulto. Ela deve ser criticada e modificada.

Tento analisar tal fenômeno de “complexo de vira-lata”, dentro de um viés sociológico, ou teórico, mas a sensação de inércia me frustra. Algo que pode ser comparado às “harpas Eólo, “As harpas ordinárias são tocadas por qualquer mão. A harpa de Éolo, só soa quando é golpeada por uma tempestade.”

A tempestade que nos golpeou, foi a ditadura, soamos uma vez, e estancamos nosso som desde então. Até quando tocarão o que não queremos ouvir, exibirão o que não desejamos ver ou decretarão o que não pretendemos aceitar?

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Das santas às meretrizes em uma piscadela.




Enquanto cultuarmos imagens enfadonhas de “Marias-divinas” como sendo "falsos espelhos" de uma sociedade romancista e idealizada – (como também enaltecemos esteticamente o culto às mercadorias, que passam a mediatizar os discursos socioculturais e as relações humanas por intermédio do Fetichismo da Mercadoria e do consumismo) - continuaremos em meio a uma sociedade amputada, alienada, estritamente paternalista e machista!, Que perpassa a lógica dos estigmas e da segregação. Que vê em seus semelhantes - (nos mais fracos) – possibilidades de preponderância e ascendência sob o auspício da propriedade privada, com pretextos e justificativas que remetem os seres humanos à condição de “mercadoria com valor agregado, geradora de lucro”.

Enquanto este mal não for amputado pela raiz, continuaremos transpassando discursos que agem anulando as minorias, alienando como “bens de consumo”os sujeitos históricos - (as Mulheres, os Gays, os Negros) - “inalienáveis perante a lei”, - (leis que podem ser entendidas como forma de análogia aos poderes emanados por instâncias jurídicas do período colonial, que há 300 anos atrás beneficiavam oligarquias cafeeiras e as possibilitavam negociar os oprimidos como mercadoria ) - Exitem leis atuais que vendem os sujeitos históricos sob uma nova forma!, Substituindo o antigo tráfico-negreiro interprovinciano e a escravidão de um passado recente, por leis que deterioram as interações sociais de classes, por meio da “mercantilização das relações de trabalho”, pela mediação - (totalmente parcial) - das relações de exploração do homem pelo próprio homem.

Tais preceitos agem legitimando os algozes de tempos remotos sob nova estruturação, a favor da propriedade privada, a favor da exploração por meio da Mais-valia e do “Tripalium” (do Trabalho). Naturalizando tal lógica, - (como naturalizou-se as relações de exploração do homem) - estaremos fadados ao “ostracismo das Marias Madalenas do Centro da cidade, as "Marias das casas da luz vermelha”!, Que ganham a vida se vendendo como mercadorias em meio a sociedade burguesa, a mesma que condena moralmente tal prática - (enaltecendo sob o baluarte do cristianismo a Virgem Maria) - e em contrapartida, age irremediadamente, parasitando “tais antros deploráveis” a procura de mais uma “dose animalesca e pecaminosa dos prazeres que recrimina em ambiente familiar ou em público”. A mesma sociedade que subsidia a promiscuidade financiando a prostituição sob a égide amoral do Capital (e claro, de suas contradições), recrimina e rotula tal prática e as que dependem disso para sobreviver!

Mas elas -(as Marias da Luz-Vermelha)- também são mulheres. Algumas bastante emancipadas, mas ainda assim, vítimas de uma sociedade proletarizada que atrofiou sua essencia humana. As “Marias esquecidas”, as “Marias estigmatizadas”, são acima de tudo, Marias!

Talvez, as "Marias da carne fraca" sejam Marias mais emancipadas - (mesmo que dentro da lógica burguesa) - que as “Marias Sacras”. Aquelas que nada fazem para garantir seu sustento!, As Marias Santas que não pagam IPVA!, As Marias do mundo Ideal-Transcendente que nunca pagaram o gás!, A antítese das Marias-meretrizes-resolvidas que vivem em Paris!, As “Marias metafísicas da omissão” que não conhecem IPTU (não por não quererem ser cidadãs), mas porque não existem!

As “Marias dos padres, papas e generais” que contribuiram para a anestesia social que nos assola. A Maria Etérea que corrobora a falsa reprodução “puritana” de um sistema imoral e capitalista!, Que "inseminou" no ventre das mulheres -(sob a forma de estupro)- as desigualdades concedidas "eclesiasticamente" como benção aos pecadores, através da "eucarístia mundana e material" em conivência com a lógica dual e sócio-metabólica -(geradora de contradições)-, aquela que será a sua própria ascenção e destruição!, A lógica geradora de "Marias da vida", gera seu próprio germe destrutivo, chafurdando no "lodo da contradição"...

As “Marias virgens” geram as “Marias profanadas do Capital", aquelas que conseguirão sua verdadeira libertação material, um dia...Marias "mais Marias" que outras Marias.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os EUA e a ciência da morte.




O mundo ocidental é avançado mesmo!, Todas essas guerras e execuções em massa, propiciadas pelas direitas liberais-democráticas da contemporaneidade, foram um avanço em prol "do bem estar", da democracia e da ciência!"

Em Hiroshima e em Nagasaki, os EUA só estavam testando se as leis da física quântica se aplicavam deveras aos preceitos da teoria da relatividade, vocês sabem...Aquela da fissão nuclear!( E=Mc²), afinal é mais fácil dividir um átomo, que demover um preconceito...

No Vietnam, os ianques só estavam vendo se as teorias advindas da “química inorgânica de Harvard” eram de fato aplicáveis!, Isto é, vendo se o petróleo gelificado -(vulgo NAPALM)- “era mesmo inflamável” - ( visto que este pegava fogo até embaixo d’água) - mas eles queriam incendiar “só os arrozais", pessoal!

Eles queriam "copiar as peripécias da terra arrasada" advinda da URSS, “só que com tecnologia”...Utilizaram um herbicida denominado "agente-azul" que contaminava a terra (650 mil acres). Experiência que nos relembra a tática de guerra utilizada pelos soviéticos, posta em prática nas cidades antes da de Stalingrado, usando somente o fogo e as trincheiras, para retardar o avanço dos Nazistas de Hitler...Isto é, “ (o avanço dos nazistas do Eixo)”, e não dos “outros nazistas”, (aqueles da Aliança) a manda de Churchill e Roosevelt...rs

Imitando a tática de terra arrasada, os americanos iriam prejudicar os Vietcongs e não a eles próprios..."Os U.S marines", afinal, Quem precisa "pilhar arroz" quando se tem um estoque de enlatados suculentos?

Mas sem querer, “às vezes ocorriam acidentes com o NAPALM e acertavam um camponês ou outro” (140 mil civis mortos no Vietnam)...Por isso os camponeses do Laos e do Vietnam começaram a usar aqueles “chapéus grandes, amarelos e redondos”, aqueles iguais ao do Raiden!...Caso um helicóptero americano “Huey” passasse sobre uma plantação de arroz, o camponês vietnamita gritava : - “Hoặc tôi ở đây à!” ...Traduzindo... - “Ou ianque, cuidado!, Eu estou aqui embaixo, hein!”

Eles também queriam averiguar se o agente laranja - (que é um herbicida desfolhante, e não, um fuzileiro-garí!)- "desfolhava" de fato, por isso, testavam “nas árvores e nas plantações”...e nas..folhas..

Mas infelizmente, vez ou outra passava alguém, (66 mil mortes por intermédio de armas químicas!) Ou seja, “66 mil vietnamitas desavisados", sem falar das sequelas nos sobreviventes!

Acho que já dá para nós imaginarmos como eles descobriram, como executar “em nome da lei”... Prisioneiros perigosos e subversivos como os de Guantánamo...“Com injeções letais à base de arsênio e cloreto de potássio” , uma maneira “humana” de se morrer nas prisões do Texas (e nas de 36 distritos dos EUA!).

Sem falarmos, da fila no corredor da morte. Ou seja , o cativo fica lá...Em pé, “com um pijama vermelho”, esperando o Ceifador Maldito. Uma fila "bem grandinha", que me lembra até (as filas do INSS pelas quais nosso idosos passam) em seu corriqueiro dia-dia, de cidadão de bem!

Voltando ao Texas, ao corredor da morte, às injeções letais e aos EUA...Com a injeção letal, em menos de 3 minutos o sujeito bate as botas e pronto!, “Está às portas do paraíso!”, Pelo menos os norte-americanos são mais eficazes (que os servidores públicos brasileiros), aqueles que atendem os idosos nas filas do INSS, e que os fazem morrer muitas vezes de insolação, tédio, ou cansaço. Cidadãos que buscam receber suas pensões e suas aposentadorias de maneira digna.

Algum dia, alguém lá nos EUA, deve ter bebido acidentalmente, vinho tinto em um cálice de cobre (oxidado), e aí esse alguém morreu “uns 3 ou 5 dias depois” de beber o vinho...Aí , depois de uma autópsia minuciosa feita por um “legista-forense-xerife”, este descobriu “que o assassino foi o arsênio”...Por falar em cálice de cobre oxidado, afastemos do mundo esse cálice (de vinho tinto de sangue)...

domingo, 24 de abril de 2011

Dialética e luta de classes na páscoa.


A dialética e a luta de classes estão presentes até na Páscoa. De um lado o “Pessach hebreu” que simboliza libertação de uma minoria semítica, dominada pela superpotência da época, o Egito. O Pessach, é o exulto da insatisfação de um povo escravizado pelos faraós egípcios, que por intermédio de um êxodo se emancipa. Um povo oprimido, unido, lutando contra a classe hegemônica que o escravizava . Sendo guiados - após o triunfo - “metafisicamente” das trevas até a luz. Até a libertação.

Por outro lado em uma mesma temática, a Páscoa cristã, simboliza a ressurreição de seu mártir, que morreu numa cruz, sendo subversivo até o fim a ordem vigente Romana, (outra superpotência de outro momento histórico, em outro modelo estrutural de sociedade antiga, que anexava, escravizava e oprimia). Como um materialista histórico, não acredito em metaficismos. Como existencialista, não acredito em predestinações.

É curioso notarmos nas semanas santas da contemporaneidade, o quão pouco lembra-se de atos como a cerimônia de “Lava pés”, (quando Cristo lavou os pés dos apóstolos) representando igualdade e solidariedade. Uma imagem conflitante com a que circula no imaginário popular das correntes mais vulgares de protestantismo, como a de “cristo rei dos reis”, ou em outros imaginários sectários oriundos do catolicismo que o veneram como autoridade suprema onisciente.

É terrível notar, como cada vez mais em datas “sacras” como Páscoa e Natal, chafurdamos mais no consumismo dos domingos sagrados e dias santos, fazendo da imagem de Cristo, a imagem brutal do Capital gerador de desigualdades, cada vez olhamos menos para o próximo, cada vez nos tornamos mais individualistas.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Auto-alienação, drogas e masoquismo.


Como no caso das dependências químicas geradas pelas drogas - (ao estimularem nossos neurotransmissores através de descargas dopâminicas)- que causam sensação de prazer e êxtase, a alienação ao produzir satisfação na “auto-idiotização” também vicia seus usuários, dando um passo infausto nos cadafalsos deixados pelas: aflições e tormentos, do quotidiano de qualquer brasileiro.

Engendrando-os propositalmente, nessa ótica consumista “do que há de burro”, e no torpe culto a "tudo que existe de mais imbecil no COSMOS!", Como o observado nos: - BBB's, nas Tele-novelas, em filmes imbecis e sensacionalistas, em toda a publicidade e mídia burguesa!, Isto é: - "Em tudo que oferece ilusões escamoteadoras e fugas das aflições materiais que nos massacram."

Em troca da passividade e colaboração dos telespectadores, os mecanismos existentes para nos adestrar estão dispostos a fazer de tudo. Agem como um "gás-letal da bestialização", assumindo nas vidas de pessoas comuns, um sentido hedonista de importância em se "auto-flagelar mentalmente", agem cooptando multidões como um "falastrão-engraçado", e os resultados nefastos são: - como uma espécie de "masoquismo mental e irremediado". - (Masoquismo é uma tendência ou prática parafílica, pela qual uma pessoa busca prazer ao sentir dor ou imaginar que a sente).

A auto alienação, seria: - “Mais uma tragada no cigarro da ignorância, que vicia, dá prazer e por fim: te mata!

Algo que dialeticamente se faz necessário a manutenção da ordem vigente, pois regula, oferece "conforto ilusório", é de facil assimilação, e tem como único intuito a auto-expropriação do terreno das idéias e da razão”, equipado com uma injeção-letal de "moda e futilidades" para executar a criticidade dos sujeitos a ela.

Me utilizando de 3 citações de 3 autores distintos, cheguei a conclusão: - Que a auto-alienação e as dependências químicas - (causadas pelas drogas do séc XXI) - se auto-completam, tendo a ver e sendo uma dupla face de uma mesma "égide", que tem por função nos vigiar, nos explorar, e nos regular como uma espécie de “Panóptico" presente de forma "emocional , incondicional e branda”, "um tipo de radiação letal que destrói o bom senso aos poucos não podendo ser detectada, causando metástase no senso crítico"...Um mecanismo terminal e sócio-metabólico, que “consome os neurônios” e os esforços de contenção com assombrosa eficiência!...E que vai além dos estruturalismos maniqueístas existentes por aí.


Ambas as drogas -(como o Crack, a Heroína e a Alienação rs) - tornam os viciados completamente lobotomizados, causam dependência pela “troca por mais uma dose”, ambos são “falsas muletas” para os algozes que nos vilipendiam no mundo material, ambas geram passividade e acomodação, e ambas são subprodutos de uma cultura de consumo (aziaga) que busca novos mercados em prol do capitalismo.

Citação I : "Se o homem é alienado dos outros homens e da natureza, então os poderes que lhe pertencem como um “ser universal” não podem, evidentemente, ser exercidos. A universalidade é abstraída do homem e transformada num poder impessoal que o confronta na forma de dinheiro". - (MÉSZÁROS, ISTVÁN. Teoria Da Alienação Em Marx, Pag. 146)

Citação II : “Dentro das visões de ostentação, o conceito de razão, não representa mais que um domínio racional por poder, vaidade e hegemonia sobre a natureza dos homens exteriorizados. O que implica paralelamente num domínio (irracional) sobre o próprio homem, aquele que não é sujeito do que foi privado de perceber: sua condição. Os diferentes fenômenos de barbárie moderna não seriam outra coisa, que não as amostras de tal realidade, e talvez as piores manifestações desta atitude autoritária de domínio sobre outro ser humano.” - (ADORNO, THEODOR W, Dialética do esclarecimento, Pag.34)

Citação III: “A força de um movimento operário depende do seu grau de organização, e não, do tamanho que tal oprimida classe constitui. “ (SHELDON, LESLIE MARAM, Anarquistas, imigrantes e o movimento operário brasileiro (1890-1920), Pag. 59)

terça-feira, 29 de março de 2011

Desertos populosos




O pior deserto que pode existir: - Não é o deserto natural, ou aquele que é aterrador e belo (a um só tempo) - (Talvez, por ser parte em essência) - De uma paisagem extrema e avassaladora, muito mais remota que (nossa própria existência) como espécie hegemônica.

O pior deserto que existe: - (São os desertos da mente humana), aqueles que ao invés de grãos de areia (infindáveis), possuem em seu âmago “vazios infindáveis”, deixados: - Pelos precipícios da “moralidade e ética”, advindas da “sagrada família conservadora", escolas reprodutoras (de gado), e credos religiosos incautos.

Em outras palavras, vazios deixados: - Pelo individualismo transpassado, pelo ostracismo político de nossa gente "como a gente", pela leviandade de nossa sociedade civil, e pelos "mercadores da alma” que se alimentam de nossas utopias metafísicas.

Essas são algumas seqüelas que nos cooptam, persuadem, envenenam e exteriorizam: - Seqüelas que são constantemente suplantadas por algo parecido, que ao mesmo tempo reaproveita nossa "barbárie civilizada" a atualizando e a repassando: -Seqüelas que vez em sempre nos boicotam, agindo de maneira destrutiva, sendo mais um dos subprodutos de uma cultura de consumo enaltecida (e endossada) por um falso (discurso liberal) de um tal “processo civilizador ocidental".

O pior deserto, não é o deserto social que nos enlouquece pela solidão, ou o deserto essencial dos países emergentes de 3° mundo (àquele que pelo calor extremo, nos cozinha vivos, nos frita os miolos, nos causando falências múltiplas dos órgãos e desidratação)...

O pior de todos, é o deserto mental que segue nos amaldiçoando de maneira intrínseca ao tecido social, “civilizado e moderno” do séc XXI.

Um deserto bastante visto em cidades “ocidentais modernas” e populosas (que carrega em seu bojo uma superpopulação vazia e oca)... Um deserto que seria inconcebível não notarmos, se não fossem “os miseráveis agrupados”, vivendo em uma sombra escura “e confortável” deixada por um arranha-céu (também)“moderno e grandioso” como a civilização que o alicerçou: - (àquela da qual nós fazemos parte)...Para que uma classe (da qual não fazemos parte), habitar.

Seria impossível não notarmos tal deserto, se ele não estivesse cercado de poças de água fresca (e ao mesmo tempo contaminada), que (também a um só tempo) se encontram tanto nos vãos das calçadas, quanto nos chafarizes "monumentais”.

Monumentos estes, que por sua vez, nas grandes megalópoles, simbolizam um "estandarte errante" e triunfal, não tão errante e sem sentido (quanto se pensa) : - Está inserido no espaço geopolítico e na lógica dual...Como o exulto de nossa elite política e dinástica (sobre nós) os subservientes, sejamos da classe média, (ou não).

O deserto mental (e a falta de consciência de classe) da nossa também “classe” só que média (e de nossa elite), é a um só tempo: - Pandêmica, destrutiva e ociosa, pois gera passividade e acomodação, tal deserto mental é muito mais nefasto que qualquer deserto essêncial ou de fato, natural, como o Atacama ou o Mojave.

Ou mesmo, como “o deserto idílico” (e hollywodiano) - (vivido por Tom Hanks em - “O naufrago” – Deserto vivido por um único e "pobre sobrevivente" de um desastre aéreo e remoto, que estava isolado de toda e qualquer forma de estrutura (deserto material), de todos os seres humanos (deserto social), em uma ilha remota no pacífico (deserto essencial), e fez de uma bola de vôlei "oca e sem sonhos" (deserto mental) a sua melhor amiga.

As passividades, o ostracismo (em todas as estâncias), as “naturalidades não naturais”, as futilidades, o consumismo, o cafetismo barato e vulgar (exercido pela moda), o imperialismo cometido pelos outros, e o nosso “democracídio” - (Que é um extermínio da população menos abastada, consentido e exercido sob o auspício da lei), são: - Os cactos, os escaravelhos, os répteis peçonhentos e os escorpiões que habitam esse deserto (e todos eles nos assolam).

Um deserto que é (a um só tempo) populoso e vazio.
Ele também é visto em cada um de nós.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Imperialismo ianque – A hidra do novo milênio.



No início de sua história como potência hegemônica e interventora, os Estados Unidos foram formados por treze ex-colônias, que logo ao se libertarem da Inglaterra (em 1776), tiveram a necessidade de se expandir, divididos em meio a dois projetos estruturais distintos: Para o Sul, seria interessante economicamente para as oligarquias locais, a manutenção do grande latifúndio algodoeiro, - (respaldado na monocultura agro-exportadora e no livre-cambismo), a continuação do trabalho escravagista, assim como continuação do tráfico (interprovincial) negreiro.

Os estados do Sul pretendiam manter as relações comerciais com os Ingleses, - (se comportando como uma potência de gêneros primários, totalmente agro-exportadora) – bastante semelhante ao Brasil (no período Cafeeiro).- Em contraposição a esse modelo, havia o norte que defendia e impunha medidas como: A abolição da escravidão - (Pelo fato dos escravos não serem um eventual mercado consumidor, como seria a mão de obra assalariada)- , a adoção de tarifas protecionistas alfandegárias, a propagação de ideologias "iluministas de cunho liberal", (oriundas da França revolucionária - 1789), e a implantação de uma república federativa e autônoma.

Em meio a este processo de ruptura com os moldes coloniais - (ainda vigentes em grande parte dos EUA independente) - O que parecia ser um “avanço”, não pudera ser considerado totalmente “primavera”, pois desenvolveu-se um nacionalismo exacerbado que transcendeu literalmente as barreiras do preconceito “racial”, ódio e ganância imperialista, como vistos na anexação do Texas (em 1840 - 1848), do “Oeste selvagem”(1845), na anexação dos estados do Sul -(engendrados na ótica liberal)- Que se daria através da Guerra de Secessão (1861 - 1865), na abertura dos portos do Japão em - 1853, na anexação ou "compra" da Louisiana, na anexação da Flórida, no embargo à Cuba, e em meio às guerras por petróleo do séc XXI, no Oriente Médio.

Assim se deu o início do imperialismo embrionário Ianque, uma iniciativa alimentada por forte violência, xenofobia e exacerbado nacionalismo, justaposto a uma fé irracional em uma “predestinação divina”, posta em prática primeiramente pela Doutrina Monroe (1823) – (Doutrina que se opunha a intervenção européia na América) - , e em segundo plano pelo Destino Manifesto - (1840) – (Doutrina que prega a crença, de que os estadunidenses caucasianos de credos protestantes, teriam sido eleitos por deus para intervir e guiar todas as nações do mundo).

Antes da Guerra de Secessão (1861-65), os Ianques “descobriram” jazidas Ouro na Califórnia incentivando o povoamento pioneiro do Oeste, a implantação de ferrovias, o emprego de mão de obra assalariada - (proveniente da china, incessantemente explorada) -, e o genocídio dos “incivilizados Pele-vermelhas” pelos regimentos de cavalaria - (casacas azuis) .

Em meio a este processo expansionista, os setores dominantes e industriais ainda anexaram o Texas em (1848) e desferiram um violento ataque -(seguidos do nascimento de um sentimento patriótico, alimentado pelo preconceito, xenofobia e aversão) - observado até hoje por grupos da “extrema direita sectária”, que em um contexto atual, transpassa antipatia desferida com “fervor” em direção aos moradores de origem Latina e aos Negros do "Bronx" ou de outros estados.

Seitas como a Ku-Klux-Klan são os exemplos mais conhecidos, caso similar acontece com "Latinos" e Hispânicos, que sofrem perseguições, por grupos Neo-nazistas.

Falar deste sentimento que se mantém vivo até os dias atuais, significa falar das raízes mais profundas e mais remotas que remontam a história das desigualdades norte-americanas, (e em segundo plano) - a história das nossas desigualdades - Não somente as que vitimizam os latino-americanos que tentam atravessar o deserto do Novo-México em busca de melhores condições de vida, ou os negros norte-americanos que desde as épocas coloniais até hoje, são perseguidos, segregados, assumindo papel secundário no plano de fundo “montado” como uma esquema nefasto pelo sistema capitalista.
Significa criarmos consciência de classe, nos mantendo ativos pela conquista de direitos que foram tolídos por desigualdades históricas, amenizadas por uma democracia amputada em prol do Capital, e da perpetuação das desigualdades.

Os Eua e sua política imperialista de “Boa-vizinhança” ainda conceberam a importância de uma nova -(e útil) - saída para o Mar (saída para o Oceano Pacífico) que abriria novas fronteiras comerciais com o oriente, ao exemplo das Filipinas e do porto do Japão (Aberto à Bala, pelo comandante Perry - em 1853) cobiçando com isso, cada vez mais o expansionismo “travestido de genocídio”.

O comércio e a indústria estavam crescendo e florescendo rapidamente nas ex-colônias do norte, independentes, com grande autonomia e sede de sangue, sobre o estandarte de um capitalismo florescente e promissor, que iria se consolidar como sistema vigente nos séculos subsequentes.

O sucesso da expansão Norte Américana -(que se deu de dentro para fora) -, não se deu graças “as ideologias liberais e iluminadas que rondavam as ex-colônias em forma de Spectro”, mas talvez graças a hostilidade levada como “baluarte civilizatório” necessário a humanidade, por parte dos setores industriais hegemônicos, imbuídos de etnocentrismo, ódio, ganância e preconceito, mas também, camuflados e amparados por idéias iluministas e liberais escamoteadas por doutrinas incautas e por “sabotadores do bom senso”, como idealizadores da Doutrina Monroe, e do Destino Manifesto.
O processo de Expansão em germe que ocorrera no Norte, se deu coma uma “nova resposta” a um fajuto projeto colonial - (falido) -, inglês, interpelado por processos de separação e emancipação contemporâneos a ele próprio, que de forma dialética se deram na segunda metade do XVIII, e em início e meados do XIX.

A Hidra nos remete a mitologia grega, como sendo uma besta sanguinária, que quando perde uma cabeça, gera o dobro de cabeças igualmente aterrorizantes no lugar da decapitada, não percebo analogia melhor para descrever os EUA em sua fase mais atroz, que nos remete à "barbárie civilizada" gerada pelo Capital e seu imperialismo como sendo: “perolas negras” geradas pela dupla revolução européia e por suas concepções, as mesmas que levaram os franceses a guilhotinarem o Rei (amputando um mal), pôde ser usada em detrimento das maiorias pobres na edificação de um novo algoz, um mal que amenizou as mazelas da opressão servil, agora exterioriza, aliena e explora globalizando seu efeito em prol das "democracias amputadas e neoliberais" subservientes ao Capital.

Remunerando a mão de obra tornamos a exploração aceitável?, Um "tripulium" em detrimento da erudição e da liberdade é a única saída aceitavel?, Será mesmo, que em termos éticos e morais evoluímos?, Seria mais humano glorificar os sobretrabalhos e a mais-valía, que pagar a corvéia, a talha o dízimo?, Ou seria (tão funesto quanto, ser vassalo de um Lord-sangue azul, do que um assalariado submisso a um burguês que detem o modo de produção e parte total do lucro?) -(Os sécs XIX - XXI possuem a chave para essa questão) - O que é pior? O capitalismo e a exploração do tempo perdido, e do trabalho morto...Ou morrer trabalhando na terra, sem a noção do tempo perdido?...Podemos considerá-lo um avanço, uma etapa, mas nunca o fim...Se o fizermos, também será o nosso.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Bem-vindos ao L'Autre.

Criei o "L'Autre" movido pela “crença” de “que todo ser humano possui curiosidades em solucionar questões filosóficas, políticas, econômicas, científicas, sociais e até triviais", que estão engendradas em nosso dia-dia “sem nos darmos conta”, pois imaginamos que estas estejam longe de nossas vivências corriqueiras ou “em um outro sistema solar.”
Durante meus anos como universitário, fui tremendamente influenciado por duas vertentes filosóficas, que em certo período, tenderam a se digladiar por intermédio de ideologias antitéticas, uma delas foi: o Humanismo e a outra, o Marxismo.
Procurei durante um longo tempo entender como o individualismo transpassado nas sociedades pré-modernas do “Trecentro italiano” perdurava de maneira “tão voraz” nos tempos atuais (sob um novo estandarte), que possuía em seu âmago (em tempos remotos) o rompimento holístico com o medievo, o aparecimento de uma nova classe hegemônica “antes sem importância”: (a Burguesia), e uma nova ótica laica e mercantil, que se mantivera em ascensão de meados do “XIII até o séc XXI” – A mesma classe que edificaria a égide do capitalismo industrial-liberal.
Hoje acho bastante forçoso tal paralelo traçado em meus tempos de estudante, mas na época era algo comum, -(como também era comum, para um universitário de história ser anacrônico no 4° período, não tendo nenhum rigor acadêmico ao fazer tais “associações”) -, em minha ótica universitária, algumas categorias consideradas “humanísticas” serviam no séc XXI de resguardo às políticas neoliberais, que nos açoitam, alienam e externam por meio de medidas entreguistas e de esvaziamento...E as que valorizavam o homem e a ciência, caem em ostracismo nos engessando.
Após notar os pontos positivos e os funestos de tal corrente filosófica humanística, pensei: - “Seria eu um hibrido? – Teria eu, que consolidar um pensamento que valorize as faculdades humanas, as artes, e a ciência, ao senso crítico acerca das super-estruturas, a luta de classes, do conceito de hegemonia, mantendo acesa centelha revolucionária da constante mudança, cedidas pelo Materialismo Histórico, (Marxismo)?”, Teria eu que riscar o individualismo, a competição, a meritocracia e a compactuação com os exércitos de reserva, de minha vida?...Para o bem dos homens, para a cooperação destes, e para desenvolvermos a “fraternidade cidadã”, creio que sim.
A partir dos últimos meses como universitário, notei que a discussão de assuntos como estes possuem entendimentos variados e polêmicos, se arrolando dialeticamente e abarcando a realidade dos homens, os mesmos que transformam a natureza, criam os meios de produção, o administram se revoltam, e mudam com isso o seu habitat e as relações de poder em suas infra-estruturas.
  A materialização dos fracassos sociais era a peça chave para a boa compreensão da sociedade, era o que levava os homens a se revoltarem, buscando respostas em diversos matizes, se tornando subversivos certas vezes (ou não). O "ou não" sempre me incomodou, pois até mesmo o idealismo racionalista ou os de matrizes mais românticas (oriundas do Platonismo), possuíam certo charme "L'avan-garde" de ruptura holística com o antigo, algumas pró-liberais,  ganhando espaço na Europa, durante as "Eras moderna e contemporânea" - (as correntes materialistas, empiristas e pragmáticas em suma, se caracterizam por serem contraposições "em parte" dos diversos tipos de idealismos racionalistas, pois valorizam a Paxis efetivamente).
 Em muitos casos, a maioria dos conceitos considerados por alguns como “Erudição sem fundamento” ou “simples sandice” passavam a fazer sentido histório-social em minha vida, sendo  notados por todos os lados como “milho em um milharal”, como uma rosa vermelha nascendo “no meio do asfalto” - (após nos relacionarmos no papel de blogueiro iniciante, e leitor) -  espero estabelecer um link, em que as cosmo visões oriundas da ciência, e da vã filosofia com o Dida-dia de cada um. Espero que com isso as concepções de mundo, não estejam tão distantes das questões triviais da vida cotidiana, e que pelo contrário, possamos notar que é algo intrínseco, comum e freqüente (Dialético), indissociável e insolúvel, bem mais do que podemos imaginar.
O lúdico e o conhecimento histórico e filosófico, andam de mãos dadas, dialeticamente, a exemplo disso, podemos citar correntes como o Eudemonismo, que considera que a felicidade é o objetivo da vida em sociedade... Muitos filósofos de  concepções filosóficas distintas, consideravam o Eudemonismo como uma das premissas ou “notas de rodapé” da “sociedade perfeita”, a exemplo de nada menos que: Aristóteles, Epícuro, Montaigne, Diderot e Spinoza entre outros.
A felicidade e a cooperação são os alicerces para a construção de uma humanidade renovada, de uma sociedade em constante processo de transformação evolutiva, como uma utopia em “um tempo sem utopias”, a história deve relacionar-se com acontecimentos do nosso cotidiano, materializados pela sociedade que domina a política, as artes, a filosofia, a ciência, e a música.
 O que para muitos não passam de "mais um episódio na novela da vida", de mais um dia comum, pode estar repleto de concepções filosóficas da vida, e de novos modos de se vivê-la, contemplar esse processo, pode ser o início do movimento de mudança, revolver nossas idéias e colocá-las em prática, nos consolidará como sujeitos-agentes de nossa própria história e destino, derrubando a hegemonia de “lobos incautos” e criando a nossa.