quinta-feira, 3 de março de 2011

Bem-vindos ao L'Autre.

Criei o "L'Autre" movido pela “crença” de “que todo ser humano possui curiosidades em solucionar questões filosóficas, políticas, econômicas, científicas, sociais e até triviais", que estão engendradas em nosso dia-dia “sem nos darmos conta”, pois imaginamos que estas estejam longe de nossas vivências corriqueiras ou “em um outro sistema solar.”
Durante meus anos como universitário, fui tremendamente influenciado por duas vertentes filosóficas, que em certo período, tenderam a se digladiar por intermédio de ideologias antitéticas, uma delas foi: o Humanismo e a outra, o Marxismo.
Procurei durante um longo tempo entender como o individualismo transpassado nas sociedades pré-modernas do “Trecentro italiano” perdurava de maneira “tão voraz” nos tempos atuais (sob um novo estandarte), que possuía em seu âmago (em tempos remotos) o rompimento holístico com o medievo, o aparecimento de uma nova classe hegemônica “antes sem importância”: (a Burguesia), e uma nova ótica laica e mercantil, que se mantivera em ascensão de meados do “XIII até o séc XXI” – A mesma classe que edificaria a égide do capitalismo industrial-liberal.
Hoje acho bastante forçoso tal paralelo traçado em meus tempos de estudante, mas na época era algo comum, -(como também era comum, para um universitário de história ser anacrônico no 4° período, não tendo nenhum rigor acadêmico ao fazer tais “associações”) -, em minha ótica universitária, algumas categorias consideradas “humanísticas” serviam no séc XXI de resguardo às políticas neoliberais, que nos açoitam, alienam e externam por meio de medidas entreguistas e de esvaziamento...E as que valorizavam o homem e a ciência, caem em ostracismo nos engessando.
Após notar os pontos positivos e os funestos de tal corrente filosófica humanística, pensei: - “Seria eu um hibrido? – Teria eu, que consolidar um pensamento que valorize as faculdades humanas, as artes, e a ciência, ao senso crítico acerca das super-estruturas, a luta de classes, do conceito de hegemonia, mantendo acesa centelha revolucionária da constante mudança, cedidas pelo Materialismo Histórico, (Marxismo)?”, Teria eu que riscar o individualismo, a competição, a meritocracia e a compactuação com os exércitos de reserva, de minha vida?...Para o bem dos homens, para a cooperação destes, e para desenvolvermos a “fraternidade cidadã”, creio que sim.
A partir dos últimos meses como universitário, notei que a discussão de assuntos como estes possuem entendimentos variados e polêmicos, se arrolando dialeticamente e abarcando a realidade dos homens, os mesmos que transformam a natureza, criam os meios de produção, o administram se revoltam, e mudam com isso o seu habitat e as relações de poder em suas infra-estruturas.
  A materialização dos fracassos sociais era a peça chave para a boa compreensão da sociedade, era o que levava os homens a se revoltarem, buscando respostas em diversos matizes, se tornando subversivos certas vezes (ou não). O "ou não" sempre me incomodou, pois até mesmo o idealismo racionalista ou os de matrizes mais românticas (oriundas do Platonismo), possuíam certo charme "L'avan-garde" de ruptura holística com o antigo, algumas pró-liberais,  ganhando espaço na Europa, durante as "Eras moderna e contemporânea" - (as correntes materialistas, empiristas e pragmáticas em suma, se caracterizam por serem contraposições "em parte" dos diversos tipos de idealismos racionalistas, pois valorizam a Paxis efetivamente).
 Em muitos casos, a maioria dos conceitos considerados por alguns como “Erudição sem fundamento” ou “simples sandice” passavam a fazer sentido histório-social em minha vida, sendo  notados por todos os lados como “milho em um milharal”, como uma rosa vermelha nascendo “no meio do asfalto” - (após nos relacionarmos no papel de blogueiro iniciante, e leitor) -  espero estabelecer um link, em que as cosmo visões oriundas da ciência, e da vã filosofia com o Dida-dia de cada um. Espero que com isso as concepções de mundo, não estejam tão distantes das questões triviais da vida cotidiana, e que pelo contrário, possamos notar que é algo intrínseco, comum e freqüente (Dialético), indissociável e insolúvel, bem mais do que podemos imaginar.
O lúdico e o conhecimento histórico e filosófico, andam de mãos dadas, dialeticamente, a exemplo disso, podemos citar correntes como o Eudemonismo, que considera que a felicidade é o objetivo da vida em sociedade... Muitos filósofos de  concepções filosóficas distintas, consideravam o Eudemonismo como uma das premissas ou “notas de rodapé” da “sociedade perfeita”, a exemplo de nada menos que: Aristóteles, Epícuro, Montaigne, Diderot e Spinoza entre outros.
A felicidade e a cooperação são os alicerces para a construção de uma humanidade renovada, de uma sociedade em constante processo de transformação evolutiva, como uma utopia em “um tempo sem utopias”, a história deve relacionar-se com acontecimentos do nosso cotidiano, materializados pela sociedade que domina a política, as artes, a filosofia, a ciência, e a música.
 O que para muitos não passam de "mais um episódio na novela da vida", de mais um dia comum, pode estar repleto de concepções filosóficas da vida, e de novos modos de se vivê-la, contemplar esse processo, pode ser o início do movimento de mudança, revolver nossas idéias e colocá-las em prática, nos consolidará como sujeitos-agentes de nossa própria história e destino, derrubando a hegemonia de “lobos incautos” e criando a nossa.

2 comentários:

  1. Fico feliz pela sua iniciativa. Assim, a cada blog, cada papo, cada não, vamos nos afirmando e tornando menos unânime a vida e suas contradições!

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  2. o que posso dizer??
    Texto maravilhoso,você sempre passando sabedoria e cultura!
    beijos

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