quarta-feira, 8 de junho de 2011

Globalização e monopólio da informação: “A Supernova do Capital.”



Desde quando percebemos tal fenômeno, este se mostrou como sendo a dupla face - totalmente parcial - de uma mesma moeda em prol de um tipo de sistema. Uma contradição em curso, uma questão complexamente dialética que gera sua síntese em um momento histórico até então distante, mas que está por vir.

Uma dessas faces está intensamente envolvida na estruturação de um “habitus cultural” como modelo balizador, na implementação de uma idéia inerente à uma determinada "zona de influência" - permeada por uma demanda que se encontra indefesa aos precederes e poderes cooptativos desferidos em escala pelo Capital - algo que se dá por inúmeros meios, sendo um deles a informação pré-fabricada inexoravelmente subordinada aos interesses das multinacionais, à serviço do imperialismo, do latifúndio, do agronegócio e de todos os grupos empresariais (em geral), os detentores do capital global e hegemônico.

Tal fase infausta age também à serviço de "guerras cambiais" que sucedem o "terror especulativo" que abarcam do FMI ao Banco Central, que por sua vez, estimulam a entrada de capitais especulativos e ajudam internacionalmente os países em que atuam, que por sua vez possuem uma economia aberta aos seus interesses, mantendo distante a intervenção da sociedade política no controle econômico, o que facilita a intervenção de grupos estrangeiros com políticas entreguistas, isto é, políticas que agem por meio de medidas anti-estatizantes, sempre em prol do oligopólio que as representam. Um exemplo corriqueiro que serve para ilustrar o processo supracitado, seria o das eleições no Peru, seguida da queda na bolsa de Lima. Após a eleição de Humala, e derrota de Keiko Fujimori (derrota da direita), o FMI e o Banco Central atrelado aos interesses do empresariado - e com o temor da intervenção estatal na economia - boicotaram as bolsas, seu fechamento e a interrupção do pregão.As elites foram ultrajadas e deram um grito furioso por meio da "afronta especulativa".

A globalização, age de acordo com os interesses de grupos econômicos que sempre extenuaram nossa matéria prima, e não obstante regem a economia com linguajar pouco acessível, explorando a mão de obra barata com amparo de leis, se aproveitando do mercado consumidor (abundante e promissor) - que é envenenado ideologicamente, pela industria cultural capitalista – um “mercado que se auto-regula e que possui suas leis invisíveis, como a economia neoliberal que a aufere” graças à um “curral-eleitoreiro” parcialmente alienado, analfabeto político e funcional, que foi afastado de sua práxis cidadã e de sua essência questionadora, que graças a essa externação, rompe o seio por mais mercadorias - como, por medidas paliativas imediatistas.

Um mercado consumidor que “não consegue comprar à vista o que produz”, distante da compreensão acerca das contradições do atual momento histórico e modelo político-econômico – o povo que clama por mais uma dose de futilidades enlatadas, prazeres triviais, com uma pitada de contra-informação, levada pela globalização a serviço da mídia burguesa .

A outra face - não menos obscura - está inserida na irradiação da informação e como esta se dá, tal face fornece o combustível necessário para gerar a sua antítese - a mesma do modelo neoliberal que a subsidia - tornando desse modo, possível o acesso (ou o consumo)do “material proibido”, que se torna cada vez mais codificado e inacessível aos setores menos abastados, não só graças a vaidade acadêmica que alicerça o status-quó da intelectualidade - mas também, graças ao primeiro fator que financia a globalização para um fim desinformante - que aufere as classes exploradoras gerando o lucro, e que imola o cidadão com sucateamentos em prol do setor privado - ao contrário de uma intervenção estatal no setor público, que poderia agir como uma centelha para libertar as mentes mais atrofiadas, subprodutos desse processo.

Esta segunda face que corresponde a veiculação da informação, está imbuída de certos valores oriundos do pensamento iluminista, que não é de todo mal, valores filosóficos herdados de um passado remoto, que preza pela preservação dos saberes e pela valorização das faculdades humanas – algo do séc XVIII - que traz em seu bojo as idéias de “liberdade igualdade e fraternidade”, os direitos do homem e do cidadão, o direito à manifestar sua livre crença, seu livre pensar e manifestar-se culturalmente..."A utopia dos liberais que não são os mesmo liberais de hoje".

Nenhum comentário:

Postar um comentário