segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O apresamento da consciência.




O dia da consciência negra deve ser lembrado como uma data que de fato sirva a conscientização das classes históricamente oprimidas, deve suscitar à resiliência heróica daqueles -que apresados- foram trazidos de terras distantes em navios negreiros por traficantes de escravos e, escravizados por conseguinte, sob a legalidade e auspício da ordem vigente oligárquica.

Deve ser uma data que relembre aqueles que se indignaram, morreram lutando e se subvertendo contra uma elite minoritária e segregadora, que os renegou às periferias após a Abolição da Escravatura, Guerra do Paraguai e após a Reforma Pereira Passos, deve relembrar aqueles que romperam os seus algozes e se refugiaram em quilombos, erigindo trincheiras contra-hegemônicas contra o império.

A consciência negra deve fazer jus ao seu nome, e não, se transformar em uma data mercadológica pegando carona no trampolim midiático e sensacionalista -de novelas incautas, que deturpam a realidade social e que vendem a imagem do negro, como sujeito reificado, inserindo-o na lógica pós-moderna do senso comum.

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